sábado, 30 de julho de 2011

Comissão de Logística

  • Primeira reunião da Comissão de Logística aconteceu no Centur, dia 28/07/11.
  • Definições: Já conseguimos carro som; temos megafones; ficaram responsáveis de ir respectivamente a CTBEL, Erica e SEGUP, Leila. O retorno de mais atividades será informado na próxima reunião geral.
  • Falta conseguir instrumentos musicais. Por Ediane Jorge.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Marcha das Vadias em Belém


"O movimento começou com uma palestra em uma universidade em Toronto, Canadá, em janeiro deste ano. Durante um seminário sobre segurança no campus, um policial disse às alunas que elas evitariam estupros se não se vestissem como vadias (“sluts”). Indignadas com o que consideraram uma expressão oficial da responsabilização da vítima, elas pediram uma retratação. Enquanto o episódio era investigado, ativistas organizaram a primeira Slut Walk – em português, Marcha das Vadias. Cerca de mil mulheres, muitas delas vítimas de estupro, abuso e assédio sexual, se vestiram com roupas que desafiam o código do policial canadense e saíram em passeata para dizer que não, as vítimas de estupro nunca “estão pedindo”. A marcha das Vadias quer dizer exatamente que toda mulher tem direito à sua sexualidade, que essa sexualidade precisa ser respeitada, consideramos absurdo esse padrão duplo de sexualidade, onde uma mulher que faz sexo é vadia, e um homem que faz sexo é um garanhão e um cara normal.

O manifesto já passou por vários países, incluindo, Estados Unidos, Argentina, Holanda, Grã-Bretanha e Nova Zelândia, e em outras capitais brasileiras como Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro onde milhares de mulheres gritaram ao mundo que são donas de seus corpos e não aceitam a opressão social a que somos todas submetidas diariamente, em nossa casa, vizinhança, escola, trabalho ou universidade.

Cansadas de sofrer tantas violações de direitos, e buscando um projeto político emancipatório, em Belém a Marcha das Vadias está sendo construída por um grupo heterogêneo de mulheres dos diversos segmentos da sociedade, mães de família, estudantes universitárias, advogadas, psicólogas, professoras, artistas e ativistas da sociedade civil organizada que lutam pelos direitos da mulher. 

A luta pela autonomia dos nossos corpos é uma luta árdua: ela desafia dogmas religiosos, padrões estéticos, desafia, sobretudo a dominação masculina, e por este motivo não estamos simplesmente reivindicando o direito de usar minisaia, mas também queremos a garantia de nosso direitos sexuais e reprodutivos, queremos ter mais acesso ao mercado de trabalho, queremos a legalização do aborto e sobretudo a liberdade de exercermos nossa cidadania com respeito e dignidade. O lema da marcha em Belém é “Mexeu com uma, mexeu com todas”. Por Isabela do Lago.

Serviço:
Dia 28 de agosto de 2011.
Itinerário: Escadinha do Porto/ Estação das Docas via Av. Presidente Vargas até a Praça da República.
Concentração às 9:00 da manhã.

Mexeu com uma, mexeu com todas!



www.feminismo.org.br
Universidade Livre Feminista

"A marcha das vadias precisa ser a marcha das vadias indignadas, das vadias inconformadas com a sociedade capitalista e todas as opressões que ela produz, precisa ser a marcha das feministas que propõem um projeto politico emancipatorio, no entanto, ainda assim um projeto politico que seja nosso. Precisamos lutar para que a marcha das vadias seja um movimento politico e não uma propaganda do ethos da mulher "moderninha" que é muito bem apropriado e cômodo para aqueles que querem perpetuar a dominação. A luta pela autonomia dos nossos corpos é uma luta árdua: ela desafia dogmas religiosos, desafia padrões estéticos, desafia a dominação masculina”.



Sugerido por Leila Bentes.

Violência contra as lésbicas

“As jovens que se descobrem lésbicas, e que vivem com seus pais, são as que mais sofrem violência. A família reprova a lesbianidade da filha e procura impor a heterossexualidade como normalização da prática sexual do indivíduo. Por serem destituídas de qualquer poder, os pais buscam sujeitar e controlar o corpo das filhas lésbicas, lançando mão de diferentes formas de violência, como os maus-tratos físicos e psicológicos. E não faltam acusações, ameaças e, inclusive, a expulsão de casa. As ocorrências de violência sempre têm o sentido de dominação: é o exercício do poder, utilizado como ferramenta de ensino, punição e controle.” Fonte: Marisa Fernandes, “Violência contra as lésbicas”, Maria, Maria, nº 0.

“O fato de ser lésbica torna as mulheres homossexuais ainda mais vulneráveis às diversas formas de violências cometidas contra as mulheres. É de extrema importância ressaltarmos a violência sofrida pelas mulheres homoafetivas, uma vez que podemos ratificar a luta pela aprovação da PL 122, para que assim os agressores paguem pela violência e transtornos cometidos a qualquer ser humano que devem e tem o direito de expressar a sua forma de amor”! Por Raphaela Torres.

O custo econômico da violência doméstica


Segundo dados do Banco Mundial e do Banco Interamericano de Desenvolvimento:

· Um em cada 5 dias de falta ao trabalho no mundo é causado pela violência sofrida pelas mulheres dentro de suas casas.
· A cada 5 anos, a mulher perde 1 ano de vida saudável se ela sofre violência doméstica.
· O estupro e a violência doméstica são causas importantes de incapacidade e morte de mulheres em idade produtiva.
· Na América Latina e Caribe, a violência doméstica atinge entre 25% a 50% das mulheres.
· Uma mulher que sofre violência doméstica geralmente ganha menos do que aquela que não vive em situação de violência.
· No Canadá, um estudo estimou que os custos da violência contra as mulheres superam 1 bilhão de dólares canadenses por ano em serviços, incluindo polícia, sistema de justiça criminal, aconselhamento e capacitação.
· Nos Estados Unidos, um levantamento estimou o custo com a violência contra as mulheres entre US$ 5 bilhões e US$ 10 bilhões ao ano.
· Segundo o Banco Mundial, nos países em desenvolvimento, estima-se que entre 5% a 16% de anos de vida saudável são perdidos pelas mulheres em idade reprodutiva como resultado da violência doméstica.
· Um estudo do Banco Interamericano de Desenvolvimento estimou que o custo total da violência doméstica oscila entre 1,6% e 2% do PIB de um país.

Sugerido por Raphaela Torres.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Contra a Violência de Gênero


Gênero: Conceito formulado nos anos 1970 com profunda influência do pensamento feminista. Ele foi criado para distinguir a dimensão biológica da dimensão social, baseando-se no raciocínio de que há machos e fêmeas na espécie humana, no entanto, a maneira de ser homem e de ser mulher é realizada pela cultura. Assim, gênero significa que homens e mulheres são produtos da realidade social e não da anatomia de seus corpos”. (Gênero e diversidade na escola: formação de professoras/ES em gênero, sexualidade,orientação sexual e relações étnico-raciais.Caderno de atividades. RJ:Cepesc,2009, pág. 32).

A violência de gênero é aquela oriunda do preconceito e da desigualdade entre homens e mulheres. Apoia-se no valor da virilidade masculina e da submissão feminina, e essa violência pode se manifestar por meio de ameaças, agressões físicas, constrangimentos, assédio sexual ou moral e abusos sexuais e estupros.
Em casos como o estupro de uma mulher, o assassinato de uma travesti ou de um gay, é comum surgirem perguntas que colocam em dúvida a honra da vítima, sugerindo que se vestia de forma inadequada ou estava só em um lugar ou horário pouco apropriado, segundo os padrões culturais vigentes. Essas discriminação frequentemente estava presente, inclusive, nos inquéritos policiais, nos processos judiciais e nas matérias de jornal, indicando como a discriminação social por gênero ou por orientação sexual ainda pune, na maioria das vezes, as vítimas de agressões”. (Gênero e diversidade na escola: formação de professoras/ES em gênero, sexualidade,orientação sexual e relações étnico-raciais.Caderno de atividades. RJ:Cepesc,2009, pág. 35).


Só pra citar um exemplo dessa enraizada discriminação, conto um fato vivido por mim quando trabalhava numa empresa de grande porte e maioria de funcionários homens.
No ano de 2004 fui trabalhar nessa empresa e uma noite, eu e uma amiga ficamos no escritório até umas 23 horas, esperávamos o ônibus para retornar ao nosso alojamento. Esse era o último ônibus das 23 horas que buscava todos os últimos funcionários que ficavam na indústria. Nós éramos as duas únicas mulheres nele. Até aí tudo bem, só percebemos aqueles olhares idiotas que ignoramos, mas ao descer em nosso local de parada, eles começaram com as frases injuriosas como “vem aqui doutora deixa eu te mostrar um homem de verdade”, e assobios e etc. Ficamos tão envergonhadas e com raiva pela falta de respeito, éramos tão trabalhadoras quanto eles. Enfim, sabíamos exatamente quem eram e o setor onde trabalhavam e eram uns 20 homens. No dia seguinte fomos fazer queixa ao chefe de departamento deles. O que o chefe nos disse? Que não devíamos estar naquele horário no ônibus, já que não era o nosso horário de turno (mas estávamos realizando hora extra de trabalho), e que a culpa era nossa por nos expormos num ônibus cheio de homens. Pensem, ficamos revoltadas e aí fomos ao diretor da empresa, este nos acolheu bem e nos disse que não era aquela a política da empresa, então nos autorizou a fazer o que achássemos melhor, inclusive assinar advertências, resolvemos reunir aquele grupo de homens e conversar com eles. Reunimos e foi muito boa a conversa, eles nos ouviram e falaram. Àquele grupo compreendeu que homens e mulheres podem e devem dividir o mesmo espaço de trabalho, mas com respeito e justiça, pois éramos todos colegas de trabalho. Esse foi um final positivo, porém e os outros casos de mulheres que sofrem discriminação em seus locais de trabalho como assédio sexual, piadas injuriosas e etc. A luta por equidade de gênero é uma luta de anos e precisa de reeducação de homens a curto e longo prazo. Por Ediane Jorge.